Para conseguirmos enxergar um objeto com boa qualidade de foco e visão de profundidade, é necessário que os dois olhos sejam direcionados para o objeto simultaneamente, ou seja, os olhos devem se movimentar em paralelo e sincronizados. O estrabismo ocorre quando alguma alteração da qualidade da imagem (grau nos olhos) ou algum desbalanço neuro-muscular (doenças neurológicas, síndromes genéticas, etc) atrapalha esse processo.
Imagine que, para que o cérebro possa fundir as imagens provenientes dos dois olhos, elas deveriam ter tamanho e qualidade semelhantes. Porém, se um paciente tiver muito grau em apenas um dos olhos (seja miopia, hipermetropia ou astigmatismo) e tiver o outro olho saudável, então o cérebro receberá uma imagem desfocada proveniente de um dos olhos e uma imagem de boa qualidade proveniente do olho saudável – às quais ele será incapaz de fundir, optando por descartar a imagem ruim. Ao suprimir a fusão da imagem, o estímulo para movimentação sincronizada dos olhos deixa de existir e o olho
com visão ruim acaba “entortando”.